quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Descoberta da sexualidade


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Eu falei que quando eu tive a minha primeira vez, que foi mais para saber se eu era virgem ou não eu estava apaixonada por um homem mais velho?... Acho que não contei..

Bem 10 anos mais velho.. um viajante, pode se resumir assim.. alto, lindo, sotaque paranaense.. (suspiro).
O som de sua voz era música aos meus ouvidos.

Ele surgiu no meu local de trabalho vendendo o serviço que era prestado pela empresa onde ele trabalhava, chegou ele e mais outro.
Trabalhavámos uma mulher com seus quase 40 anos, bem apanhada pra idade, fogosa, solteira e uma vasta lista de relacionamentos complicados. Uma prima minha, acredito que uns 2 ou 3 anos mais nova do que eu e eu com meus 18 aninhos muito bem disfarçados no meu perfil de 15.

Fomos apresentadas as suas idéias, conquistadas pelo bom papo e assim convencemos aos patrões a participarem do tal evento de destaques do ano. Tudo para uma farra.

A idéia principal era que a mulher que estava com sua vida enrrolada, vivesse ao menos alguns momentos de aventura com um 'estranho forasteiro', uma noite sem compromisso.. esse era o foco.

Minha prima, o filho da patroa e eu íamos apenas nos divertir, festa chique, só comerciários destaques da cidade no evento, bufett perfeito.

Acontece que o tal cara que era pra minha colega de trabalho traçar, surgiu em nossa mesa e nada de dar bola pra colega.. ele veio pra cima de mim. Que atrevimento.

Que ele era bom de conversa isso era, e quando vi que a colega nem interessada nele estava, por que a namorada do ex dela estava no recinto, bem, pensei.. por quê não aproveitar não é. Como ele mesmo descreveu, ele não me beijou, apenas aproximou seu rosto, facilitando, quem tomou o impulso fui eu. Foi um bom beijo.


Impressionante como a timidez não me falta quando estou feliz.. e naquele momento eu estava por algum motivo eu estava feliz. Me sentia livre de qualquer dogma, qualquer postura que devia tomar, eu estava muito bem comigo mesma.


Saímos da mesa, conversamos um pouco, nos beijamos muito mais.. lembro-me do meu vestido amarelo queimado, esvoaçante com decote generoso até o umbigo, eu não tinha corpão, e nem tenho, mas as roupas ficam muito bem em mim, sou uma mulher cabide por assim dizer. Ele em algum momento me ergueu e o vento brincava com a barra do meu vestido, fazendo ondas sob meu corpo. Esse momento me marcou.


Bem naquela noite foi somente isso, no dia seguinte ele apareceu no trabalho e trocamos alguns toques, aquela coisa juvenil, tocar a mão, ficar próximo.

Lembro que ele foi delicado comigo o tempo todo que permanecemos em contato. Isso decorreu por anos.. ligações, sms, iniciei ele no mundo dos e-mails.. trocas de fotos.. foi um periodo que me reservou bastante, porque eu gostava muito dele e ele não estava por perto, por isso havia uma insegurança de minha parte.

Ele sempre que estava na região vendendo o trabalho dele, passava pra me ver. Às vezes era necessário um desvio de uma rota inteira, mas sempre me via e me dava um beijo, conversava e se ia.. e me deixava com saudades.


Em uma dessas passagens, depois de nos despedirmos, a minha colega mais experiente me olhou nos olhos e me disse 'não dá pra ele não', ouvir isso foi um choque pra mim. Que grosseria a dela falar assim. Acredito que ela deve ter dito ao ver minha empolgação a cada visita ou notícia que eu tinha dele, mas me dizer pra 'não dar pra ele'.. isso nem me passava pela cabeça.. eu era virgem - ou devia ser pelo menos - Sendo assim me senti ofendida. Mas o conselho marcou.
Ahh isso me enlouqueceu.


Houve uma vez que ele me convidou pra ir até uma cidadezinha aos arredores, no evento com ele. Ele fez o convite pessoalmente e o evento aconteceria naquela noite, dava tempo de sair do trabalho e tomar um ônibus até lá.
Convencer meus pais foi um sacrifício, nunca fui desobediente, mas nenhum dos dois em casa, e ficar no meio de um jogo de empurra-empurra da parte deles, opr telefone, me irritou e eu fui ao encontro dele. Viajei e me resolvia com eles depois.

Cheguei na rodoviária, logo avistei ele encostado em uma árvore, deslumbrante. A imagem também ficou na minha memória. O jantar foi ótimo e bem ele foi avisado que se eu respeitasse ao menos o horário que tinha pra chegar em casa que era meia noite, isso lhe daria bônus de credibilidade, porém eu mesma achava impossível eu estar em casa esse horário. Pois ele, foi um perfeito cavalheiro e conseguiu me deixar no horário em casa.

Ele não tentou em momento algum forçar a barra, os beijos eram ótimos, caricías enfim.. ele tinha o cuidado de me deixar claro que eu era especial, afinal ele podia ter qualquer garota, em qualquer lugar, até mais de uma por viajem, não que não tivesse, mas por quê passaria sempre pra me ver sendo que comigo era só bom papo e uns beijinhos?

Foi quando o conselho da minha colega e minha dúvida crucial sobre a minha pureza começaram a se contrastar. 
E se ela tivesse razão? Afinal era mais vivida, mais experiente. E se ele fosse uma canalha? Uma virgem pra sua coleção, iria me ridicularizar perante a mim mesma. E se eu fosse virgem?  E se não fosse?..


Por esse motivo, encontrei a solução na tal noite relatada antes, e foi a minha primeira vez. 
Foi com uma garoto mais novo que eu, sem compromisso, sem muito tesão, muito sem graça por sinal, mas naquele momento eu descobri que minha virgindade esteve lá esse tempo todo.



Em um de nossos encontros, lembro que ele me perguntou a minha idade, e eu disse que tinha 18.. lembro do som do seu sorisso satisfeito, repetindo, eu sabia, eu sabia.. Eu não entendi e perguntei o que era sabido afinal. 
Ele me contou que na noite em que nos beijamos a primeira vez, eu havia lhe dito que tinha 17. E que depois de muito tempo com esses nossos encontros e conversas, ele sabia muito da minha vida, da minha rotina e que eu fazia faculdade. E assim ele conflitava a minha idade dita com a idade educacional, mas que agora que ele havia descoberto que eu tinha mentido, ele solucionou a charada.

Eu ri, e me desculpei pela mentirinha. Minha intenção era me proteger dele pela idade, se ele achasse que eu era menor talvez, não tentaria nada ou se desinteressaria.


Depois que eu já não tinha mais o tabu da virgindade pra impedir o encontro de nossos corpos, eu estava ansiosa pra revê-lo.. mas ele demorou mais do que o normal.. não que tinha um compromisso mas.. nossos caminhos se descruzaram por um tempo.


Nisso eu tive um paquerinha, o garoto era mais novo que eu, era engraçadinho, moreno, alto e tinha um sorriso lindo. O seu defeitinho, era criancisse e isso me irritava. Eu detestava quando alguém se apaixonava por mim, eu perdia de imediato o interesse. E esse garoto, foi muito fácil conquistá-lo. Lembro que começou com uma aposta com dois amigos meus, numa sala de bate papo na internet, que era o auge naquela época e assim começou uma gostosa brincadeira.

Quando ele já apaixonado, estava tranquilo em relação à mim, eu simplesmente brigava com ele por motivo nenhum e deixava ele desesperado. Eu me divertia assim, acredito que por um tempo fui o inferno astral dele. Depois de muito esforço da parte dele voltavámos as boas e ficava tudo bem por um tempo.
Mas o outro carinha mais velho era sempre ansiado por meu coração, e meu corpo.

O garoto sabia dessa minha paixão, e dizia que ele era o homem que iria me fazer esquecê-lo. Ah tah..


Um dia, um fato curioso aconteceu, estávamos terminado, e eu não tinha a menor intenção de voltar com ele, mas por algum motivo tinhamos que estar na mesma escola secundária. Lembro que era no periodo da tarde e estava um dia nublado o que deixou tudo mais escuro.

Depois da reunião, algumas pessoas foram embora e outras foram ficar na internet nessa escola. Eu ia embora, mas ele me chamou em uma sala de aula.
Entrar na sala onde você estudou física no 2º grau te dá uma sensação muito estranha. Na época você não imagina que sairá algum dia dali, mas um dia sai e o conhecimento segue contigo.
Ele disse que precisava conversar comigo, pra entender o que aconteceu entre nós, para que pudesse seguir em frente, entrei na sala e ele encostou a porta, não totalmente.

Começamos a conversa e lembro que logo me irritei com as cobranças dele, me direcionei à porta e ele me segurou, me encostou na parede e me beijou. Resisti à princípio, mas depois, relaxei.. me deixei ser conduzida, adorava o desafio, a impetuosidade que partiu dele ali.
Ainda estremeço quando me lembro que ele me levou até a mesa do professor, com muita facilidade tirou minha calça e me teve ali, em uma sala de aula. 
Que cenário pra uma segunda vez, o risco de alguém passar e ver, afinal a porta nem fechada estava, apenas encostada.. que sensação deliciosa. Nunca me esqueci daquele sábado.
Fiquei realizada ali. Daquele jeito.

Passei a fantasiar loucuras, sexo em lugares inusitados, e assim usava a internet ao meu favor, buscava saber, conhecer mais sobre esse prazer.
O orkut era ainda uma comunidade fechada, e só quem tinha convites se credenciava, eu sempre fui bem relacionada e consegui um convite. Logo existia uma comunidade chamada EPER, era um jogo de perguntas entre homens e mulheres, sobre tudo, crenças, relacionamento e sexo. E ali as pessoas trocavam experiências, informações, davam dicas, contavam seus caso, suas aventuras, traições.. Ali eu me sentia eu. Descobri o que eu gostava.

Para meu 'desprazer' o garoto teve a vingança que ele precisava pra me superar.. bem ao menos foi isso que me deu a entender, me teve e depois não me quis mais, nem pra usar.. Lógico que não me abalei, mas ficou na lembrança a admiração com um gosto de quero mais.
Parabéns pra ele.

_ Se um dia ele ler isso, acho que vai gostar.. Vai pensar, dei a volta por cima e conquistei um espaço na vida dela. E realmente conquistou.


Chegando ao fim desse relato, estou preocupada com o nome.
Considerando que foi essa 'fantasia realizada' que deu inicio a minha descoberta sexual, acredito que tudo bem se o título for descritivo à isso.


Fico por aqui.

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